Persona - Ser ou Não Ser...
- Mauricio Mendonça
- 3 de dez. de 2016
- 3 min de leitura

Aksakof em seu livro “Animismo e Espiritismo” classificou os fenômenos que provinham do psiquismo do próprio médium definiu o termo “personismo” e sugere que a identificação do algo que se comunica durante um transe seja denominado “persona”.
“Fenômenos psíquicos inconscientes, produzindo-se -nos limites da esfera corpórea do médium, ou intra-mediunicos, cujo caráter distintivo é, principalmente, a personificação, isto é, a apropriação (ou adoção) do nome e muitas vezes do caráter de uma personalidade estranha à do médium. … No latim persona se referia antigamente à máscara que os atores colocavam no rosto para representar a comédia, e mais tarde se designou por esta palavra o próprio ator ” Aksakof
Mas o que é (ou quem é) que se manifesta nesses casos? Continua Aksakof:
“Os fatos dessa categoria nos revelam o grande fenômeno da dualidade do ser psíquico, da não identidade do “eu” individual, interior, inconsciente, com o “eu” pessoal, exterior e consciente;eles nos provam que a totalidade do ser psíquico, seu centro de gravidade, não está no “eu” pessoal; que esse último não é mais do que a manifestação fenomenal do “eu” individual (numenal); que, por conseguinte, os elementos dessa fenomenalidade (necessariamente pessoais) podem ter um caráter múltiplo - normal, anormal ou fictício -, segundo as condições do organismo (sono natural, sonambulismo, mediunismo)” Aksakof
Significa que essa “persona” que se manifesta é algo diverso (aparentemente autônomo) do eu-consciente. Sabemos também que além das origens citadas, essa persona também pode ser originada a partir de personalidades de vidas passadas do medium. Não sabemos entretanto como é o processo mental responsável pela substituição temporária do eu-consciente pela persona que se comunica naquele momento, e como se daria a construção (ou geração) dessa persona.
Expandindo então esse conceito, propus que exista um módulo funcional da mente, um “gerador de persona” que seria o responsável pela criação/geração dessa “persona”, só que não estaria restrito ao fenômeno do personismo e sim a qualquer “pessoa” que se expressa pela interface do eu-consciente (talvez inclusive, ele próprio).
CONCEITOS:
Individualidade:
O ser inteligente, o ser integral, o espírito eterno. Guarda em si, todas as experiências fisiológicas e psicológicas desde a sua criação, todas as memórias de suas vidas na matéria e fora dela; normalmente instalada (conectada) no hemisfério direito; a mente. …ser consciente, responsável, lúcido e permanentemente ligado à mente cósmica, está instalado no hemisfério cerebral direito seu posto de monitorização e comando. É a Individualidade que traz nas suas próprias estruturas espirituais, não apenas a vivência de todo um passado de experiências, como a programação para cada nova experiência que se inicia na carne. Uma vez colocados na memória operacional da criança, no hemisfério esquerdo, os programas necessários à manutenção da vida, ela se retira para o contexto que lhe é próprio e, através de seus terminais no lobo direito, monitora a atividade que a Personalidade vai desenvolvendo. (Hermínio Miranda, Alquimia da Mente)
Personalidade:
O mesmo ser individual, porém sem todos os recursos da individualidade. Dispõe, regra geral, da memória da vida atual, do núcleo dos instintos, das aquisições morais e de Inteligência, sem, no entanto lembrar-se das memórias arquivadas das existências anteriores; normalmente instalada no hemisfério esquerdo; a alma. (Hermínio Miranda, Alquimia da Mente)
Persona:
Manifestação em estado alterado de consciência, de uma personificação diferente do estado natural do medium, inclusive com outra auto-identificação. a persona pode ter uma existência efêmera e de baixa persistência, traduzindo, pode existir somente por um breve intervalo de tempo, de alguns minutos por exemplo. Pode também ter uma existência de alta persistência, ou seja de longa duração, talvez por dezenas de anos.
Personas são "pessoas" observáveis e percebidas por agente externo ou sentidas pelo "Eu" consciente com duração variável. Por exemplo, durante uma incorporação mediúnica, é gerada uma persona que na realidade é uma soma (ou mistura) da personalidade do médium com a do espirito desencarnado.
É normal então, esperar que em uma determinada ocorrência de uma comunicação mediúnica, uma composição mista... uma coprodução, por assim dizer, entre o médium (personalidade atual ou de vida passada) e o espirito comunicante desencarnado. Sendo assim é esperado que o mesmo espirito (desencarnado) em dois momentos distintos e se associando a mediuns diferentes produza "personas" consideravelmente diferentes, e mesmo até conflitantes.
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